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os sossegos e desassossegos, os amores e desamores de uma Mary Poppins invictuosa. porque super=above, cali=beauty, fragilistic=delicate, expiali=to atone e docious=educable
Obviamente que não estou. Se não nem discernimento teria para escrever neste momento. Devido ao facto de a FAP - Federação Académica do Porto - não se tivesse esquecido de que esta semana é para os alunos da Academia o meu estatuto como queimada teria começado mais cedo. Mas as coisas são como são e trata-se de mais uma organização que, apesar de académica, retrata a filosofia deste nosso jardim à beira mar - ahn? Saí-me bem agora! Parece-me uma excelente ideia começar a emborcar comboinhos antes de iniciar cada post porque tudo me parece mais fluído. Hoje era dia de B4, Big Nelo - nunca sei - e de de Anselmo. Entre nós era o dia das pitas. Obviamente que a começar tinha de ir à Sant'Adega. Indubitavelmente a melhor barraca do mundo e arredores. B4 foi top. E com o acrescento de que tive umas aulinhas de kizomba à pala - sou tão descoordenada, mas o que vale é que tive um grande professor! Depois fui novamente à melhor barraca do mundo e arredores. Aí é que a coisa descarrilou. Foram comboinhos, tequillas, blue corazones e mais comboinhos. E agora vos escrevo. Do Anselmo só o vi mesmo ao longe. E em cinco anos de queima não me lembro de ver as barracas vazias. Sim. Porque estava tudo no Anselmo. Eu e os meus estávamos a curtir o verdadeiro espírito da queima na nossa barraca. Foi bom. É quarta, vamos a meio da semana. Mas muitos já estão a dar as últimas. Com o que isso tem de bom e de mau. E vou parar por aqui, porque acho que esgotei as minhas reservas de de energia e as curvas e mais curvas do vaivém não estão a dar com nada. Fica o resumo de meia horinha de queima, porque este ano estou a bater um recorde: Vir-me embora antes do queimódromo. São os quase vinte e dois e o peso da responsabilidade. Amanhã haverá mais. Ou talvez não.
É de coração partido que escrevo aqui umas breves e parcas palavras aos dois pioneiros de Mortágua que partiram para o acampamento eterno. A eles e aos três peregrinos que rumavam pela sua fé a Fátima.
Há quatro anos, ainda que descontraidamente, que faço as minhas peregrinações. Embalada no espírito de viver ao máximo a experiência única abstraio-me do perigo iminente à nossa volta.
Os peregrinos guiados pelas suas preces. Os escuteiros, de alma e coração, dispostos a ajudar o próximo. Sempre.
Sempre.
Ponto de partida:
Esta capa que tanta comichão prurido provocou em muito boa gente. Primeiro porque era uma fotografia sensasional, depois porque tinha acoplada a si uma constatação daquelas de abanar e deixar-nos de consciência atormentada. Horas mais tarde já não era uma capa assim tão óptima-relatadora-da-realidade-da-humanidade, uma vez que se tratava de um copy past de uma capa de um jornal estrangeiro. Sim, porque uma vez que a fotografia já tinha sido tirada há uns anos (o que agrava a situação, não?), uma vez que já tinha sido usado como capa perdeu todo o seu valor. Já não é assim tão tchan. Deixa-me pensar o que é que vou fazer para o jantar, porque isso sim, é que me está a atormentar.
E assim desvalorizou-se uma das melhores capas de jornais que já vi em quase 22 anos de existência.
Este ponto de partida leva-me para o foco da questão: QUE HUMANIDADE É ESTA A NOSSA? QUE IGNORA, EMPURRA, DESPACHA E SACODE OS HOMENS, AS MULHERES E AS CRIANÇAS DE UM LADO PARA O OUTRO? E sim. Estou a falar directamente para os excelentíssimos senhores da União Europeia, que no meio dos seus ordenados chorudos e subsídios impensáveis fazem os possíveis por varrer o pó para debaixo do tapete e sorrir para o mundo dizendo que a Europa, nomeadamente, a União Europeia é uma casa para o mundo.
Hoje li esta notícia:
É-me impossível imaginar, quantificar sequer (!) o desespero que não terá tido esta mãe ao deixar a sua família, os seus amigos, a sua casa em prol de um futuro, que ela pensa ser melhor para a sua filha. Estas pessoas, nossos irmãos, vendem tudo que têm e se for preciso fazem trabalhos "sujos" aos chulos dos donos dos barcospara garantir o bilhete de ida. De ida. E estes filhos-da-mãe aproveitam-se da sua angústia cobrando-lhes tudo e mais alguma coisa. Não há muito pouco tempo li que era típico num "barco" para 10 pessoas irem 20, 30. E depois ... O pior vem aí. O excelentíssimo negociante dá dois remos e diz aos mais fortes da embarcação:
- Aqui têm os remos. Ide. É sempre em frente.
Fazem-se ao mar. E os negociantes, que não são muito piores que os políticos, esfregam as mãozinhas de contentamento por terem uma conta bancária ainda mais recheada.
Para quem consegue chegar à outra margem não vê certamente os planos a correrem como imaginado. Vê-se perante uma série de burocracias - papéis, assinaturas e carimbos. Uma cambada de políticos que os vê como uns impecilhos. Fodasse. A globalização está aonde? A Carta dos Direitos Humanos? Oque é feito dela? Ah já sei. Na falta de melhor, é onde os políticos limpam o rabinho. Dêem-lhes antes folhas de jornais onde corre a tinta que fala sobre a verdadeira realidade da Humanidade. Assim, andam com elas demarcadas nos rabiosques. E vejamos o que acontece.
É de coração esmigalhado que vejo esta cena. A série do meu coração. Se bem que, justiça seja feita, de há uns tempos para cá virou demasiadamente telenovela e tristemente desliguei-me. A Senhora Dona Shonda tem tanto de fantástica como de inventora e, para mim, nos últimos tempos já andava a inventar muito fazendo com que Grey's Anatomy perdesse a sua essência. Como é que é possível deixar Cristina Yang para segundo plano?
Mas nos últimos tempos os spoilers têm feito das suas e ... só hoje ganhei coragem para ver o maldito episódio... HORRÍVEL, HORRÍVEL, HORRÍVEL. Meu, nosso McDreamy. Depois de tantas voltas e mais voltas a Meredith e o Derek mereciam um final mais do que feliz! Mas não. Esta é a aproximação à vida real. Quando menos se espera... Pumbas! Analisando friamente (muito friamente) acaba por ter a sua piada. A vida podia estar a correr maravilhosamente. Podias ter quinhentos e quarenta e nove mil planos. Mas que piada não teria se não tivesses uma (valente) rasteira pelo meio?
É de coração partido que vou ficar se este projecto avançar - A VANDOMA SER DESLOCALIZADA
A ser aprovada que emoção terá encontrarmo-nos na sexta à noite no Piolho, irmos dançar para o Galerias, Rádio,... e os rapazes a dizerem:
- Vamos miúdas! Temos de ir! Se nos atrasarmos depois não temos lugar e os carros estão cheios!
E lá vamos nós. Encontrar lugar em São Lázaro. Distribuirmos entre todos a mercadoria (da boa!) e descermos. Descermos tudo aquilo que teremos que subir e descer vezes sem conta durante o dia. Que emoção terá a arte que tivemos que desenvolver durante anos e anos para conseguirmos equilibrar a mercadoria (da boa!) em exposição? Que emoção terá as nossas pseudo-escorregadelas? Pior: QUE EMOÇÃO TERÁ ACOMPANHAR O NASCER DO DIA NUMA RUA PLANA QUALQUER SEM O RIO DOURO, AS PONTES E GAIA DO OUTRO LADO? Que emoção terá não poder ir de manhã à casa-de-banho do Café do Sr. Manuel e dar duas de letra com ele?
E a emoção que foi a primeira vez que fomos e darmos com as Fontainhas e perceber onde é que podíamos ou não ficar! (Nesse dia éramos verdadeiros extraterrestres. Mas depois era de abraço com os nossos vizinhos!)
Na Vandoma fui genuinamente feliz! Na Vandoma um "cliente" deu-me um livro todo o xpto sobre o corpo humano quando lhe expliquei que estava a estudar Enfermagem e que tinha adorado Anatomia. Na Vandoma aprimorei as minhas técnicas de comunicação. Mary Poppins, a Relações Pública do nosso estaminé. Na Vandoma vendi uma impressora, que sabia que não estava nas melhores condições, a um médico do Saint John, com quem tomei o célebre café das 7h30 este ano - e só me passava pela cabeça: "Conto/Não conto? Pergunto pela impressora/Não pergunto?", mas decidi não arriscar e ouvir atentamente o que ele tinha para contar. Na Vandoma aprofundei amizades. Na Vandoma fiz amizades.
Éramos dos primeiros a chegar e dos últimos a sair. A partir das 11h30 era a Happy Hour e por vezes era quando se faziam os melhores negócios.
Na Vandoma falei em Português, Espanhol e Inglês. Ousei no Francês e cantei em Espanhol perante possíveis clientes Italianos. A Vandoma já se tornou num ponto turístico. Sem margem para dúvidas.
Quem vai para a Vandoma à partida já sabe com o que contar. Como tudo na vida tem coisas boas, muito boas, menos boas e más. O que é preciso é bom-senso e discernimento. Não penso que é por se mudar de sítio que o ambiente, tanto o positivo como o negativo, irá mudar.
Agora será muito difícil bater o encanto das Fontainhas!
(um dos muitos dos nossos estaminés)
Se existir o título de pior blogger esse título é meu! É que desta vez o meu silêncio deveu-se pura e simplesmente à falta de vontade em escrever aqui. Inércia. É definitivamente a palavra-chave.
Mas o bichinho voltou porque este fim-de-semana tive a sorte de poder conhecer novas pessoas. Novas formas de viver a vida. E que partilham comigo um sentimento: o-amor-aos-caminhos-de-santiago. Partilhei com alguns as minhas, nossas histórias de quatro anos de caminho e lembrei-me que como pior-blogger-de-sempre-que-sou ainda não acabei o meu relato sobre os Caminhos de Santiago, nomeadamente a minha viagem do ano passado.
E com alguma nostalgia, bastante saudade e com um sorriso de orelha-a-orelha aqui vai o relato do dia que partimos de Redondela rumo a Pontevedra.
Tivemos o prazer de contar com a Maga mais uma vez. Saímos por volta das 6h/6h30. A memória mais viva que tenho deste dia é que CHOVIA A CÂNTAROS. E estamos a falar de Verão em pleno Agosto. Mas trata-se da Galicia. Já todos sabemos para o que vamos!
O caminho faz-se bastante bem! Poucas subidas, poucas descidas. Acho que é nesta etapa que ainda no início da etapa que tem uma rua com uma ligeira inclinação. Mas é possível parar a meio e do lado direito tem um fontanário com água bem fresquinha! Acho também que é nesta etapa que há cinco anos eu e a outra Maria Inês apanhámos um susto de morte quando ainda de madrugada com a luz do luar nos cruzámos com o senhor idoso de pedra que está sentado pacientemente às portas do cemitério. Quase que morríamos!
Continuou a chover a cântaros. Mesmo antes de chegarmos em Pontesampayo decidimos entrar num café com muito bom ar que tinha acabado de abrir àquelas horas da madrugada. Tomámos el desayuno e exercemos tentativas de secagem com o secador das mãos da casa-de-banho. Tivemos a oportunidade de desayunar com a Francesca - uma italiana quarentona, super fit, que faz dos Caminhos de Santiago a sua vida. A Francesca e a sua história de vida são incríveis. Fez todas as etapas sozinha, porque assim o queria. Mas quando nos encontrávamos nos albegues - era sempre uma das primeiras a chegar - a animação estava garantida!
(esta fotografia não tem efeitos. estava, estávamos ensopadíssimas.)
Aliviadas e com mais energia seguimos até Pontesampayo, um dos meus sítios preferidos.
Aqui ainda sem atravessar a ponte já sentíamos o cheiro a pão com chouriço da chaminé da padaria imediatamente a seguir à ponte, mas como tínhamos acabado de comer deixámos a gulodice e curtimos as ruas e ruelas de Pontesampayo, a aldeia grega semeada na Galicia.
(aqui com a Maga a cruzar a ponte)
Neste dia a Sophie e a Sarocas ligaram o turbo e seguiram sempre. Eu fiquei para trás com a Maga deliciada a ouvir as histórias dela no seu hospital em Madrid. Encontrámo-nos as quatro já na periferia de Pontevedra e fomos, como malucas, a cantar e assim chegámos ao Albergue, onde todos os anos perco/esqueço-me de uma coisa que trago comigo.
Quando chegámos já lá estavam o Titi, o Blogger, as espanholas, o Sergi e a Francesca. Mais uma novidade neste ano! Com a chuva que caía não era possível esticar o lombo à porta do albergue enquanto os antipáticos voluntários não abriam as portas. Deixámos antes as mochilas na fila e fomos para a esplanada do primeiro café em frente tomar café e javardar mais um bocadinho. E a festa que foi quando vimos o David e o Gabriel a chegarem!
Calámo-nos quando nos deparámos com este quadro:
(tristemente não estou a conseguir colocar a fotografia - já tentei mil e uma maneiras, só me falta fazer o pino com a mão esquerda. Recorrerei, portanto, às palavras para descrever o momento: Pai e filho - menos de seis anos. O pai levava o filho num carrinho do tipo carrinho de compras, só que quitado. Pai e filho a fazerem o Caminho. Cada um à sua maneira. O pai demonstrando a sua força e garra. O filho a ser paciente e a portar-se lindamente aguentando muito bem todos os solavancos a que estava sujeito. Infelizmente só nos voltamos a cruzar em Santiago e foi muito ao de longe. Só deu mesmo para esticar a mão e dizer adeus)
Depois de termos entrado e de nos termos apercebido que os alberguistas mais antipáticos de todo o Caminho continuam em Pontevedra fomos tomar banho. Acabámos por almoçar no café em frente. Escolhemos o menu de peregrino. Não era nada de especial. Regressámos à base e já não me lembro muito bem como nem porquê combinámos um jantar napolitano com os nossos queridos Valentina&Salvatore. O plano era o seguinte:
Valentina&Salvatore -> fazer a lista de ingredientes e cozinhar
Mary, Sophie e Sarocs -> comprar ingredientes e coordenar a equipa de lavagem de loiça
David&Gabriel -> lavar a louça
Entretanto, cruzámo-nos com o David que estava cheio de estilo, que tão bem lhe fica, a demolhar os pés numa argila toda xpto oriunda do Rio Nilo. Neste albergue, apesar dos voluntários serem uns ranhosos do pior - faço mesmo questão de repetir isto, porque há quatro anos que eles estão sempre com cara de frete e que em tempos fizeram com que pedíssemos o livrinho e mais! o homem deitou ao lixo uma das minhas tshirts favoritas do Caminho, uns calções, umas cuecas e um soutien! - o português completamente apanhado do clima que faz reiki e trata dos pés é um amor e é impossível não nos rirmos com ele. No final da noite fiquei eu e o David a falar com ele e tendo sido avisada mais que uma vez que seria degulada se me voltasse a rir tão alto mais uma vez, visto que já estavam todos a dormir. Mas com aqueles dois era impossível!
Comprados os ingredientes - Pontevedra está muito bem servida neste ponto! O Albergue fica mais ou menos a 10 minutos no centro. Tem supermercados, tem farmácias e tem uma Caixa Geral de Depósitos. É obrigatório ir à igreja com forma de vieira que fica mesmo no centro. E à frente do Burger King.
Estava na hora da janta. Aprendam:
É UM CRIME PARTIR O ESPARGUETE NA HORA DE O PÔR NA ÁGUA A FERVER!
OREGÃOS VÃO SUPER BEM COM MOLHO DE TOMATE!
Ó pra nós aqui todos felizes e contentes:
Depois de coordenar os rapazes e de ter tratado dos pés das minhas meninas, do Gabriel e do David foi como vos escrevi: toda a gente foi dormir e eu e o David ficámos a rir com o maluco do português!
Antes disso, mas muito importante: Foi aqui que estabelecemos contacto pela primeira vez com o Titi! Um taiundês - não sei se é assim que se escreve, mas ele é de Taiwan. Logo aqui ele provou não resistir ao nosso charme ofereceu a cada uma de nós um postal com uma fotografia de peixes e porcelanas e escreveu o nosso nome na sua língua. Mas tem mais piada falar sobre ele na próxima etapa.
E assim fica o mistério! Não percam o próximo episódio, porque eu também não!
há coisas que são do caraças. ponto.
Parabéns, Parabéns, Parabéns a quem escolhe as músicas dos anúncios da Vodafone!
Há uma semana que estou a cantarolar a música do anúncio (sim, técnicos, eu sei que a versão mais correcta é spot publicitário, mas trata-se de outro um estrangeirismo. bahhh) mais recente da Vodafone. Foi hoje o dia que fui ao youtube descobrir a música e ouvi-la. Chama-se Go go go e é dos Panic Is Perfect.
Sou cliente há anos da Vodafone. Já fui feliz. E foi também com a Vodafone que descobri uma das músicas da minha vida - I'm on top of the world dos Imagine Dragons.
Fujo um bocado do que é comercial. Mas também tenho os meus devaneios. Confesso. Acontece é que sou uma péssima exploradora de bandas novas e ouço muito do que os meus amigos me mostram e vou gostando e que vou encontrando por acaso.
Aqui ficam:
Go go go dos Panic Is Perfect
e uma das minhas músicas do coração, o meu toque de telemóvel há já uma boa temporada:
I'm on top of the world dos meus queridos Imagine Dragons
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